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  • Foto do escritorColetivo CEDA-SI

Ruínas da UnB by Rafael Alves

Visita: 30 de outubro de 2018

Produção: 8 de novembro de 2018


A roda da vida. O carma como transmutação. É um acúmulo de tensões e pensamentos obsessivos. É a escuta de muitas vozes e, ao mesmo tempo, a consciência delas. O tremor e a perda de controle dos sentidos revelam relações corporais entre tensão e relaxamento. Um rosto atento que olha e vê. O concreto. O buraco. O ferro. O entulho e a poça. A dança é uma expressão encarnada do desespero e da busca pela espiritualidade de um coração que não espera. A violência dos espaços públicos para os espaços internos. A destruição e a reconstrução como possibilidade de transformação.


Levei-me para lavar as sombras. Um misto entre mistério, medo e querer. Enfiar-se no peito. Tornar-se ruína esquecida à beira da cultura nobre. Prédio vermelho. Da d i s puta de eGO, desponta, dispõem, dissipara, GO GO GO! Um esqueleto de concreto quer dançar, quer levar seus labirintos para bailar. Bailar a beira, sem razão e sem traços destrutivos. Com força para construir-se da ruína de si mesmo. A grandeza de se mesclar ao céu chão.




Caminhar simultaneamente dentro e fora. Olhar a circularidade dos buracos. Tapar os buracos como uma criança. Aventurar-se nos próprios abismos da re-existência. Olhar os desgastes sem se desgastar. Ver os abismos e se deixar ser visto e ser vivo. Sentir os riscos de desabamento. Habitar a natureza que habita ali. Se for canalizá-la, que seja pra criar. Anarquizar o poder do ressentimento. Compor a d e s identidade pela força potencializada. Não ser lixo do outro, mas paisagem entre o traço e a contemplação.


Sentir, (sem ti) o lugar é outro. Com você as ruínas uivam beleza e rugem para as más intenções. A beleza e a paz abrigam em tempos de chuva e de lucidez. Das ruas das ruínas, da farra e dos cantos joviais, da fogueira que arde paixão, da loucura sábia e do perdão.

Sentir tranquilidade é ausentar-se da pessoa chamada medo. A qualquer momento, recomeços e acolhimentos. Uma outra vida se repete, estruturas se erguem pre sen t e s. O local é seguro, mas não sabemos aonde vai dar. Seguro nas mãos ancestrais. Revela-se do sagrado no ano de 2018, depois de Cristos tudo é rei. Toda ruína quer atenção, quer título de obra, caminho percorrido pela curiosidade, espanto nas identificações e tremor nas edificações.



Toda ruína diz, habite em mim um teatro, um romance familiar. Faça de mim um coliseu, dance aqui suas batalhas construídas agora. Dê-me espaço, um parágrafo para que meu contexto sagrado seja texto na sua carne. Como uma capital em branco no país das maravilhas. Escreva com a melanina o que o petróleo não coloca para rodar. Educação sem mentiras e verdades. Pegue suas ferramentas e vá por vias permeáveis do pensamento, da vida como obra arte.


A PAZ É REAL.

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